CARTA ABERTA AO DEBATE
DAS POLÍTICAS PÚBLICAS DE JUVENTUDE
Os Conselhos Municipais de Juventude tem por finalidade no âmbito de sua formação buscar a composição das diferentes visões, opiniões e propostas dos jovens fortalecendo assim a pluralidade das idéias ao mesmo tempo em que busca uma homogeneidade em torno de um conjunto de ações oriundas de uma plataforma única visando o fortalecimento desta pauta, na medida em que os eixos debatidos passam a ser entendidos, compreendidos e executados como Políticas Públicas efetivas de/para/com a juventude.
Sua composição deve prioritariamente congregar as mais difusas opiniões e vertentes da transversalidade da política de juventude. Nesse aspecto aos movimentos sociais é incumbida uma grande responsabilidade por sua diversidade e capilaridade de atuação. Este traço idealizador, que norteia a busca pela transformação real, haja vista a responsabilidade que o Poder Público deve assumir diante das demandas, não há que fazer do movimento social um mero legitimador de ações governamentais.
Cada conselho deve ter suas próprias características, mas deve sempre se orientar no sentido de somar esforços e apresentar um projeto que se torne alternativa na medida em que os cidadãos vejam refletidos neste coletivo seus anseios e necessidades, legitimando-o junto à opinião pública e respaldando-o no exercício das suas atribuições.
Façamos uma reflexão! A mobilização social é fundamental para a construção de um projeto alternativo. E têm o papel de elencar demandas, encontrar caminhos e soluções através da expressão de críticas às políticas governamentais que não contemplam a sociedade em especial a juventude paulistana.
Nesse campo, as Juventudes Partidárias compõem importante instrumento da atuação dos agentes políticos, os quais têm capilaridade e visão do campo político institucional, respaldados no acúmulo de debate proveniente dos movimentos sociais que por sua vez são alçados a condição de coadjuvantes das políticas, mas continuam a serem desrespeitados por setores governamentais que não assimilaram os conceitos da democracia participativa referendada pela Constituição de 1988.
A união dos movimentos sociais e direções políticas apresentam elementos de força que vem da representatividade e da capacidade de mobilização destas organizações e juntas em um mesmo bloco de debate podem constituir diversas alternativas políticas, e que muitas lutas já travadas juntas foram vencidas, como a constituição da Petrobrás, com a campanha “O petróleo é nosso” e mais recentemente a luta pela redemocratização do país.
Não temos a intenção de ser os donos das verdades, nem das melhores idéias. Porém queremos a partir deste documento que a juventude paulistana não seja tratada como objeto de legitimação de ações isoladas, e sim que a cidade possa interagir, criar propostas e efetivar ações provenientes das demandas do campo popular.
Não é o que apresenta o processo de escolha dos representantes ao Conselho da Juventude desta capital, haja vista que a 3ª maior cidade do Mundo, com as mais diversas juventudes existentes e organizadas, deparam se com um processo quadrado, centralizado e sem debate algum sobre metas e caminhos para a função que se propõe iniciar.
A Juventude Paulistana é plural, plural ao ponto de existirem nas 31 subprefeituras assessores denominados de juventude, mas que não passam de mero status coloquial. Esta eleição pode até dizer-se democrática, porém se mostra inacessível a juventude como um todo, seu formato de eleição e centralização foram formatados para contemplar pequenos grupos que já interagem entre si e excluir a verdadeira face da juventude paulistana.
O que fazem neste momento os 31 assessores nas subprefeituras?
Por que juntar segmentos antagônicos na composição das cadeiras?
Por que reduzir a participação quando temos tanta diversidade juvenil?
Entendemos que o Conselho Municipal de Juventude precisa buscar em sua composição e instituição ser o símbolo e reflexo desta homogeneidade, sendo composto de sujeitos sociais e agentes políticos, que se traduzem na força de intervenção política e social, reafirmada no estabelecimento de parcerias com o poder público, partidário e social. Diante disso precisa considerar a importância de todos os pensamentos na construção e consolidação deste cenário dentro de uma conjuntura onde as decisões passam a ser fruto do debate.
O modelo apresentado hoje não contempla o todo, mas apenas alguns interesses. Queremos ampliar este debate e fazer deste conselho um verdadeiro Fórum de idéias da nossa juventude para contribuírem no desenvolvimento de ações e na consolidação das políticas públicas.
TATIANA RODRIGUES
Secretária Estadual da JSB